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3 situações em que recomendar a mudança de regime tributário no meio do ano pode ser uma jogada estratégica

Publicado em 06 de junho de 2025
Contábeis

Entre os inúmeros pontos de atenção ao longo do exercício fiscal, a mudança de regime tributário no meio do ano costuma passar despercebida, em parte por sua aparente rigidez normativa. Mas, como bem sabemos, o contador atento não se limita ao calendário, ele observa o movimento real das operações dos clientes.

Embora a legislação estabeleça a regra geral de que o regime seja definido no início do ano, há exceções previstas que permitem reavaliar essa escolha no decorrer do exercício. E mais: em determinados contextos, essa mudança, quando bem calculada, pode representar uma vantagem competitiva e um diferencial estratégico no planejamento tributário.

 

Quando a legislação permite a mudança de regime no meio do ano

A legislação tributária brasileira admite a mudança de regime no curso do exercício em situações específicas, como:

 

Cada cenário exige formalização junto à Receita Federal, com atenção especial aos prazos e à escrituração correta, sob risco de penalidades.

 

Três contextos em que a mudança pode ser vantajosa

A seguir, destacamos três situações comuns na rotina contábil em que a análise e eventual recomendação de mudança de regime pode resultar em benefícios relevantes para os clientes.

 

Estouro do limite de faturamento no Simples Nacional

Esse é, talvez, o caso mais emblemático. O cliente começa o ano sob o Simples Nacional, mas a curva de crescimento acelera. E, ao atingir o limite anual de R$ 4,8 milhões (valor sujeito a atualizações), o desenquadramento é inevitável.

Aqui, o papel do contador vai além de apontar a obrigatoriedade da migração: é necessário projetar os cenários com Lucro Presumido e Lucro Real, considerando margens, créditos possíveis, estrutura de custos e obrigações acessórias.

Vale lembrar que a migração mal dimensionada pode comprometer a rentabilidade do cliente no segundo semestre, especialmente se não houver tempo hábil para ajustes operacionais e sistemas.

 

Mudanças relevantes na atividade ou estrutura societária

Revisar o enquadramento tributário também pode ser uma decisão técnica diante de alterações no escopo de atuação ou na configuração societária do cliente.

Exemplos recorrentes: uma empresa que passa a operar com novas filiais, diversifica serviços com maior valor agregado, ou adota um modelo mais robusto de operação com aumento de equipe.

Nesses casos, a mudança de regime pode ser uma alavanca para maior previsibilidade tributária ou aproveitamento de margens, desde que analisada com profundidade. Há oportunidades, mas também riscos, na transição. O contador precisa fazer a leitura estratégica da estrutura e orientar com clareza sobre os impactos da mudança.

 

Quando o planejamento tributário exige mais liberdade técnica

A migração para o Lucro Real no meio do ano é pouco usual, mas pode ser tecnicamente interessante quando o cliente começa a operar com margens mais apertadas ou quando há forte volume de insumos que geram créditos fiscais.

Esse movimento exige apuração precisa das bases de cálculo, estrutura contábil madura e domínio das obrigações acessórias, além de um olhar clínico sobre o aproveitamento de créditos (ICMS, PIS/Cofins etc.).

É o tipo de mudança que pode transformar o resultado tributário de uma operação industrial ou comercial, desde que o contador esteja à frente do planejamento e consiga antecipar as movimentações do cliente.

 

Riscos de uma mudança sem lastro técnico

Mudanças mal fundamentadas podem resultar em:

Por isso, mais do que uma escolha administrativa, mudar de regime no meio do ano é uma decisão estratégica que precisa ser tecnicamente sustentada e operacionalmente viável.

 

Para refletir

A eventual mudança de regime tributário no meio do exercício não deve ser vista como uma exceção incômoda, mas como mais uma ferramenta à disposição do contador estratégico. Em tempos de volatilidade econômica e transformação nos modelos de negócio, nossa capacidade de adaptação e análise preditiva se torna diferencial competitivo.

 

A pergunta que fica: você tem monitorado seus clientes com atenção suficiente para identificar essas janelas de oportunidade?

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